Era um rosto o tempo do pêndulo, era o sono vindo e indo o pêndulo, sempre terminando em "ir".
O estrado da cama de cima ja me cansava a contagem,somava sempre ímpar, os vãos também , sempre ímpares.
O rosto do pêndulo era a mentira da noite,a mentira de ninar.E se algum choque de chuveiro resolvesse me explicar a razão daquele rosto árabe ,eu seguraria o choque...até sorriria pra resistência malvadinha do chuveiro.
Após cinquenta contagens e um choque na cutícula desfiada ,o moleton começou a perturbar os recém-giletados pêlos, roçando meu corpo como estivesse no meio da palha.Fiquei de calcinha.
Variei o pensamento e lembrei de um banheiro ,de pastilhas quadradinhas em pastél,em que eu entrava no dia frio, após um fim de romance tórrido.
Não tinha papel higiênico, aliás ,naquele dia era o segundo banheiro em que o papel não havia frequentado.
No colo ja estava contado cerca de 13 folhas de secar mão,quadradas também.Também ...porque tudo estva quadrado desde a bendita noite da beliche tomada,inclusive a cólica do meu abdôme.
Se lembrei do banheiro , é claro que poderia lembrar de onde vinha aquele rosto de costeletas unidas às têmporas...Pois o rosto arrogante e sorriso atemporal não era construção,era projeto acabado, existente, era rosto de gente.
Era um resto de gripe que me constipava, em meio as bolinhas peludas de cobertor pra visitas.
O pêndulo insone não parava de convidar o árabe a deslizar suas mãos peludas,revestida por retos pêlos, em minhas ondulações mais macias.
A cada espirro, me retirava do sono em doses....fui me afastando de dormir...ja tinha terminado de contar as ripas do estrado,não havia mais nem vãos para contar, a soma deles finalmente dera par.
E a porra do Árabe não desistia de me molhar,comecei a admitir que queria dar pra ele.
Beatriz
quem estou?
- ...
- sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo
sábado, 20 de dezembro de 2008
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Um comentário:
Excelente texto...Não sei se recordas, mas estive esses tempos no seu local de trabalho"..."estava com a matriarca lembra??"
Havia perdido seu site e achei o papel...
Achei vc uma graça e tem uma mão cheia para escrever...
Grande bjo!!!
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