quem estou?

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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

sábado, 7 de abril de 2012

A demora

Nada foi dito
(Palavras internas sim)

O encontro
Nada feito, acaso sim

Eu camaleoa, silenciada, sozinha,acompanhada
Ela galopante, leoparda, dourada, dada

O meio
já fim

A pressa
uma dança, tentativa sublime

A entrega
que nem sempre é dança
naquele instante não foi

As chaves sempre entregues
nas mãos dos amanhãs possíveis
enquanto ontem
as mãos dadas de portas trancadas
e as palavras espelhos-motivos-chaves

A noite adolescente
a caça surpresa
a presa exausta
A leoa
um filhote exibidinho
a presa
nua

Deixou-se levar no bolero da coincidência
e dançou
Conhecia as armadilhas do tango
mas errou
dançou no ritmo da salsa
poderia ter sido
é claro
se houvesse a bonita demora

Encontros
desencaixes
Enlaces
excessos
Beleza
fuga

A demora do encontro ganha força, mas o desejo não está condicionado a durar.
No raso da vontade tem um fundo lugar comum que quase sempre não passa de um capricho.
Esse capricho, me lembra filas pra lugares novos, filas extensas com pessoas arrumadas, aflitas pra entrar ali com seus sapatos novos, perfumes preferidos, assuntos escolhidos, cabelos soltos ou coques altos...
Depois de um mês ninguém mais vai lá.

terça-feira, 3 de abril de 2012

De todas as vozes que falam sem dizer muito

Todos os talentos dentro do gosto que tenho por todos os gostos que faço por todos os talentos que vejo fora de mim

Todos os dez egos que empurro no escuro e tonto cômodo da mente-mansão
Todos os desejos assim ilhados na vértice desesperada do querer
Todos os dez egos assimilados, assemelhados, cintilam na gula de ter

Assimilam pouco,
quase nada tem a mente que só quer
Gostar de ter não é nem parecido nem diferente
é pouco, é nada

De novo outono
Esse vento cheiroso torna os pensamentos mais livres
A mente-mansão, coitada, é cheia de móveis pesados, nem tem o que guardar que tanto importe, só espaços e vastos corredores de esperança e janelas inundadas de
belezas-ontem, anteontem, entre outros tantos vãos que agora não existem, são só lampejos, verões, que a alma sabe
Ontem é lugar que não se guarda em cômodas, senão não ventila, não respira

De novo a mente, malvada
faz tudo ser inverno,
cortinas sujas
sinas bambas
sinos bobos
sinais oblíquos
Faz tudo ser ontem

Ontem não é lugar de ter incômodo
senão não cintila, não suspira

Que elegante será o inverno
de toda a beleza que a memória seleciona a mais perene é a que ainda não existe.