quem estou?

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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

domingo, 29 de maio de 2011

a alma e o desejo



Os desejos são coceiras
não perniciosas
NO INÍCIO

É só coçar que alivia
mas no fundo depende
DO TAMANHO


As vezes dá vontade de esfolar a derme que pinica
dá vontade de abrir o meio da coceira e coçar
é uma vontade de esquartejar o desejo
e vê-lo verter o que contém

O desejo é doce e engorda a alma

o desejo é mandão
quer tudo ao seu modo
no tempo/agora dele

Se a gente cede uma vez
a alma inflama e adeus silêncio

Tudo vira voz grito e querer
Tudo no tempo do agora

A gente muda quando cede
a alma esquenta
não há prece que a acalente
então TUDO é veloz voraz calor

E o que sobra da alma
senão a servilidade frágil que o desejo dispõe?

O desejo é mandão
tem pressa
passos precisos
é lépido

Se torna pernóstico com muita rapidez

engolindo os nossos silêncios
confundindo os novelos delicados
que são as escolhas
há tanto tempo alçadas

A alma é uma ILUSTRE criança
diante da experiência que o desejo tem

Um olhar
um não-olhar
um dizer
um partir
um voltar
um simples ir
um temer

Tudo isso inflama

demora

a astúcia do desejo é INSISTENTE

e demora

o majestoso desejo não contemporiza
aplica todos os caprichos ao seu modo
sem modos sem medos
só quereres
pressas
agoras

A prece do desejo é o querer
a religião do desejo é TER.

domingo, 22 de maio de 2011

olhos de quem

Nos olhos do forte
o fraco é só o desvio da sorte.

Num corpo em descanso são
não serve em nada o externo
pode ser só sono a morte!

Talvez o cansaço
seja o motivo
da morte certeira

Morrer não serve entender,
de toda sorte viva
há sorte de sobra
e não há certeza alguma

Nos olhos da sorte
o azar
é um possível transtorno de rotas
é como errar
olhando um mapa feito por alguém
que num cisco
se esqueceu de anunciar
o fim
da linha
da sorte
da vida!

domingo, 8 de maio de 2011

Basta acordar

Acordou
reparei teus olhos ágeis lembrando ontem
de bruços num cantinho do olho te vi
toda pequena e sem nada

A metade da minha boca encostada
no lençol noturno negro
e a varanda acordada
já listrada inteira
dum sol branco há muito

O cheiro da sua boca é novo
nem sabe quantos beijos vai ter

Mas basta um café
pra perceber o afeto dos beijos
que acordaram felizes
com os beijos que dormiram

Metade da minha boca encostada na xícara
e a varanda já entardecendo
enquanto a outra metade da minha boca
tentada a contar
que já gosta de você

O cheiro da sua alma é agradável
e ainda nem sabe quantos afagos sinceros vai ter

Mas basta um tempo pra começar a ver
que eu serei sempre hoje
e hoje escolhi você