quem estou?

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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Reação poética a sonoridade

Os passos poderiam ter outra lentidão
mas deslizam sem permissão alguma

as linhas pressentem o bordado
o chão espera o passo
um perfume
uma mistura de tempos
o belo
um agora emoldurado
em figas cruzadas

a sonoridade tece

parece uma prece pra sorte
é só um resultado

os passos poderiam ter outra medida de pressa
o final espera o ponto
a sorte espera o erro.....
assim como
a beleza espera o belo

domingo, 20 de junho de 2010

A pupila dos que se apaixonam

A pupila dos apaixonados se dilata
O apaixonante causa hipnose
no olhar do apaixonado que procura...

Olhos diluídos,diletantes a sondar
As pupilas se encontram antes dos lábios
Os olhos dos apaixonados se beijam...demoradamente

Abaixo dos olhos os corações se olham
as batidas esmurram a porta da frente do peito
(visita aflita querendo entrar)
violenta tempestade pela porta da frente do peito
um do outro a entrar

(Tempestade fundida é tempestade maior)

Os olhos continuam a se beijar sem fala
(tempestade se acalma, a chuva tem seu valor)
A temperatura do mundo muda
é como se fosse verão pra sempre o tempo do beijo do olhar
é como se só existisse o silêncio

A pupila dos apaixonados é mais dilatada que o normal
(essa questão pode ser um problema)
deve ser pra conseguir ver no escuro não saber do outro
(pelo menos ver...)
Quando anoitece um olhar adormece um temer
dormir apaixonado é tecer amanhãs
e anoitecer temeroso é sufocar os mesmos amanhãs
(os apaixonados erram nisso)

A pupila dilatada dos apaixonados tem entrega, medo, desejo, fuga, entreatos, entrega, fuga, hiatos, entrega, desejo, entrega, medo, desejo, medo, desejo, entrega e mais alguns estribilhos desdobrados de desejo.

Os olhos doem um pouco
principalmente quando diante do apaixonado
Ao mesmo tempo tem a sensação de estar cego,
pois se tudo é o outro,e se no mundo inteiro existe apenas um emaranhado sem graça e abafado de coisas que não são os olhos do outro,
nada mais faz sentido pros seus olhos, então opta pela cegueira.
(os apaixonados são chatos)

O passeio que o apaixonado faz no outro dura pouco
dura o tempo dum nunca mais esquecer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Arrenegação da paz...

A paz

De saber e a de não querer saber
a de sumir,a de tentar,a de aceitar a paz de dizer sim.

Essa palavra tem facetas
(e o seu silêncio,insondáveis esquinas)
A palavra paz se agita instável...

A paz é árdua, a paz arde,
(se obrigatória)comprime as palavras sinceras,

Nem toda voz tem paz.
Eu choro,
não compreendo as coisas que dependem das promessas

A palavra
promete coisas que apenas o silêncio pode cumprir,

Em mim
sobram palavras
sem promessas
e dançam os futuros do silêncio...

em ritmo de fim

O fim se repete
as promessas têm fim
as promessas sem repetem a cada início de fim

O choro é água
de dor sem remédio
sem receita de cura

O choro limpa o tédio da dor
quem chora entende que precisa de cura

Toda vez que choro penso paz
(não deveria ser palavra)
Entendo que ela venha depois
do choro
que vem depois da dor
que vem depois do tédio
que vem depois da palavra paz.

Não existe tédio na paz,
existe paz

Mas falar
de paz, de amor, de Deus, do futuro, do outro, do fim
é esquecer de sê-los todos

Esquecer é uma forma de silêncio
e o silêncio é parte da cura

A cura é uma das soluções do adoecimento
(vem disfarçada de silêncio)
das moléstias contraídas no labirinto dos encontros,
nos corredores dos desencontros
no breu das dúvidas
no engando das certezas
Do adoecer
na quebra das promessas...
Do adoecer

A cura serve inícios
serve mudanças
aDeuses
a cura nos serve
tanto quanto
um silêncio honesto
ela cura inclusive as palavras mal escolhidas
que não param de ecoar
apesar do silêncio
que contesta a paz...