quem estou?

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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

terça-feira, 30 de junho de 2009

Quatro lados de uma mesa de mármore, muitas vozes. (a menina do lado vai ao cinema). Minha cabeça latejando, (talvez seja o ácido do aceto). Um mundo todo percorrendo em volta. Ela e dois grandes olhos (mais velhos que o resto do corpo, Manuel):
- Eu faria amor agora.
Ela convida:- Cinema ou teatro?
Só respondo pontas porque é assim que ela gosta de estar, talvez ela prefira as palavras com teor ácido, para temperar suas folhas novas de respostas outras.
(Nesse último quarto de hora, as vozes viraram uma só, um som mais uníssono e eu penso em salgar o café)
As minhas respostas são perguntas de amor.

O amor adentra, responde. Ela joga açúcar mesmo. No café, eu digo, que pensou em salgar. Ela transita nas certezas. Ela se move, cortante. É resoluta. Eu visto meu áries para vê-la. Por dentro, os maremotos insondáveis me questionam nos rodamoinhos.
Luas
e
não sóis.
Serias o que (ainda) sois.
Seus ombros formam dois olhos desnudos, sua beleza está de folga, de madeixas descansadas...
As nossas praças são mais ensolaradas que as habituais, acho que nossos áries incandescem a umidade das praças quando se enlaçam. Acho que adulteramos a temperatura das ruas de espaços barulhentos e resfriados.
Acho que gripamos as pessoas com nosso amor incandescente em tempos de frio no coração.

O dia inverna. Cai uma noite branda.
Eu também inverno por dentro. Tenho uns medos, amor, que não são nem de futuro nem de passado, são dos agoras. Me emudecem. Nuns olhares não te reconheço. Nuns falares e sei que ainda é de arredores que tratamos. E eu quero os fundos.
O cenário muda. É noite agora, clara como o dia tapado. É tua hora. Eu já penso em ir pra cama, as camas, as camadas de nós onde descascamos como cebola. Sei que em breve esse primeiro descascar há de fenecer. Sei que há mais. Quero descobrir-te para além do óxido da rotina. Pelos dentros. Pela alma.
“ As tílias cheiram bem nas boas noites de julho, o ar é às vezes tão doce que fechamos os olhos, a cidade não está longe... o vento é testemunha. Há perfumes de vinhedo e perfumes de cereja...”
O dia faz-se inteiro, feito mãos prontas para começar a girar na ciranda...
A estação do amor que fica, feito o círculo de medos que giram até virar certezas de roda-gigante.
Gigante suas tiras de renda que me convidam pro altar, quase me enforco com seus laços enfeitados de decência e libido, de casar!
Agora tem prazo, nosso altar está fadado.
As camas vão ter que casar, os lenços terão o mesmo cheiro, as meias vão todas se misturar em bolinhas de organização.
As xícaras terão nomes, as toalhas bordados, os pijamas não terão donos oficiais.
É hora, de saber mais sobre isso, já que é agosto do destino.


I love you too!


AR and BRR em 30/06/2009

sábado, 27 de junho de 2009

Frio e segundo poema para quando estou sem A.R

As descidas
o vento úmido
a margem das calçadas
o apego das pessoas
e o noturno olhar de quem passa...

O abismo dessa impressão
congelou meu passeio

Sem tua mão quentinha
a passear do lado
tudo parece risco...medo...atentado...
é tão sem alegria e sem AR

As minhas mãos magras
e geladas
de tão pequenas
tremem a cada nova "pessoa-contra-mão"
e a cada calçada vomitada
os restos realçam a feiura do seu não-estar
aperto contra a palma seca
minhas unhas "renda"

Os meus olhos ficam lembrando
do canto dos teus
e agora
as mãos solitárias
gostariam de entrelaçar-se
em suas mãos de unhas "carmin"
até chegar em casa ...

As bacias
"escalda-escamas"
estariam já cochilando ao lado de
Benjamin com notas de baunilha e pimenta

Ali então
nossos cílios de azul-roxo
fariam pausas mais lentas entre olhar e cochilar...

Os travesseiros frios
ocupados pela leveza do sagrado sono de amor
amassariam-se ....esquentariam

Até que finalmente
nossas nadadeiras cansadas de(a)mar
colariam uma noutra ...
seu "cassis" no meu "gabrielle"

E rezariam risonhas
nossas guelras
num som de frio ...
"BRR" num ato de busca pelo "AR"
no calor do sono quente .

Ah como me dói "infinitos inteiros"
estar na companhia da tua ausência...

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Poema para quando estou sem AR

Dou-te
Sim
as partes adubadas do meu jardim aberto,
Abro-te também alguns botões pra que vc entre e queira ficar.

E no espaço que escolher semear,encravarei uma placa,
separando vc das outras sementes (para que não hajam mutações botânicas)


Dou-te ventanias perfumadas, de secar os olhos,
e mais alguns raminhos de amor ao acordar
queres?

(se ainda não estiver Primavera, peça pro Outono deixar ser...)

Ou então guarde mudas pra depois de agora
e na hora de ser
escolha bem o lugar e memorize-o muda
para não esquecer os cheiros depois do sono

É necessário acordar com a memória dos cheiros,
mesmo que isso inclua
olhar a muda todos os dias
ao acordar

E que acordar seja a dose diária
de disitribuição de todos os eus
ainda nåo esmiuçados pelos dias todos

Pois sim,
dou-te os dias
(com entrecortes de noites)
dou-te as noites matinais
de céu lilás tremores e júbilo,
sim.


B.R.R