Quatro lados de uma mesa de mármore, muitas vozes. (a menina do lado vai ao cinema). Minha cabeça latejando, (talvez seja o ácido do aceto). Um mundo todo percorrendo em volta. Ela e dois grandes olhos (mais velhos que o resto do corpo, Manuel):
- Eu faria amor agora.
Ela convida:- Cinema ou teatro?
Só respondo pontas porque é assim que ela gosta de estar, talvez ela prefira as palavras com teor ácido, para temperar suas folhas novas de respostas outras.
(Nesse último quarto de hora, as vozes viraram uma só, um som mais uníssono e eu penso em salgar o café)
As minhas respostas são perguntas de amor.
O amor adentra, responde. Ela joga açúcar mesmo. No café, eu digo, que pensou em salgar. Ela transita nas certezas. Ela se move, cortante. É resoluta. Eu visto meu áries para vê-la. Por dentro, os maremotos insondáveis me questionam nos rodamoinhos.
Luas
e
não sóis.
Serias o que (ainda) sois.
Seus ombros formam dois olhos desnudos, sua beleza está de folga, de madeixas descansadas...
As nossas praças são mais ensolaradas que as habituais, acho que nossos áries incandescem a umidade das praças quando se enlaçam. Acho que adulteramos a temperatura das ruas de espaços barulhentos e resfriados.
Acho que gripamos as pessoas com nosso amor incandescente em tempos de frio no coração.
O dia inverna. Cai uma noite branda.
Eu também inverno por dentro. Tenho uns medos, amor, que não são nem de futuro nem de passado, são dos agoras. Me emudecem. Nuns olhares não te reconheço. Nuns falares e sei que ainda é de arredores que tratamos. E eu quero os fundos.
O cenário muda. É noite agora, clara como o dia tapado. É tua hora. Eu já penso em ir pra cama, as camas, as camadas de nós onde descascamos como cebola. Sei que em breve esse primeiro descascar há de fenecer. Sei que há mais. Quero descobrir-te para além do óxido da rotina. Pelos dentros. Pela alma.
“ As tílias cheiram bem nas boas noites de julho, o ar é às vezes tão doce que fechamos os olhos, a cidade não está longe... o vento é testemunha. Há perfumes de vinhedo e perfumes de cereja...”
O dia faz-se inteiro, feito mãos prontas para começar a girar na ciranda...
A estação do amor que fica, feito o círculo de medos que giram até virar certezas de roda-gigante.
Gigante suas tiras de renda que me convidam pro altar, quase me enforco com seus laços enfeitados de decência e libido, de casar!
Agora tem prazo, nosso altar está fadado.
As camas vão ter que casar, os lenços terão o mesmo cheiro, as meias vão todas se misturar em bolinhas de organização.
As xícaras terão nomes, as toalhas bordados, os pijamas não terão donos oficiais.
É hora, de saber mais sobre isso, já que é agosto do destino.
I love you too!
AR and BRR em 30/06/2009
quem estou?
- ...
- sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo
terça-feira, 30 de junho de 2009
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