quem estou?

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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

no véu das olheiras

Quando a miséria do mundo fala sozinha
olha-me os olhos como se fosse comigo
como se eu fosse o motivo

Devo estar alterada pela miséria do mundo
Devo estar contaminada
como se fosse comigo

Revelações praguejadas
pregando pra nada
ninguém vendo a prece
a prece dita em vão

pregos furando a fé
passos contados a pé
delírio e fé

Murros dados
facas pontudas
Facas suspensas do céu
ruas abrindo
nos pés
Roupas questionando
a rotina de nós

Nós dados sem soluções
palavras pregando por si
Habitando
espaço de nada significar
para não existir.

A miséria do mundo me beija nos olhos
como se fosse vento
secando meu choro
e serena
a virar
lentamente minhas páginas

Vagas de solidão a venda
vagas a bagatelas

Aluga-se para não estar

Pessoas e suas heranças
passos iguais
sem mudança

o mal a invadir os olhos

A miséria da alma
vem do quarto vizinho
que está quase completamente habitado

Mas a vizinhança é o lado de fora
as olheiras dos outros
não são nossas noites sem sono

Os nós são o lado de dentro
As prisões são celas abertas
com vagas de solidão amostra

E a miséria do mundo é a semente da solidão.

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