Banho tomado, chá servido
Chegou solene pela porta convencional (da frente)
passos de licença
cheiro de pra sempre
Chegou
sentou
feito uma canção
no meu peito banco de praça
Foi sem ver
minhas mãos já recebiam as suas
naquele tempo de notícias
(desde as minhas confissões e suas graças)
Daquele tempo de falácias
Não se pode acusar o passado pelo tipo da notícia
pelo tipo de porta aberta
pelo tipo de engano
pelo semi-tipo de destino
Chegou feito um enxame
Todos gritaram
era imagem perigosa até de fora
Sobrava morte a cada picada
Tinha um cheiro doce aquela quase revoada
Ah se fossem(os) pássaros
Não estaríamos até agora tentando
a colméia arrumar
Agora nos resta esticar camas
Chegou feito um motivo
Não saberia resolver sua partida
Você sempre chegava
eu sorria
Você sempre me amou
Não saberia desimaginar nada
reconheço:
Te esperava
Vi sem ver, minhas mãos mudaram de tato
Nunca mais abri meus olhos
Tinha certeza que tudo sumiria após a próxima canção motivo
Daí sumiu o teto
Ganhamos o céu debaixo dos lençóis
o Céu
Ficou...feito a música do véu
feito o cheiro das coisas
feito ficar até nunca mais abrir os olhos do céu
Fiquei sem a porta da sala
sem o descascado da tinta
sem a música silêncio
sem os segredos da trama
sem os urdumes da confissão do pra sempre
Ganhei vertigens, solidões
ganhei AGORASEMIAMANHÃS
Ganhei perder o medo da vida agora
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