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sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo

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não há nada de errado com o verão, só o outono que parece apressado

há somente um enfeite nos olhos...o olhar

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Anotações sobre o que não esqueço

Eu deixei de usar drogas há tempos
nem álcool consigo beber mais
Eu não uso mais roupas sintéticas
nem brincos artesanais

Eu não uso mais sapato alto
nem cobertor a noite
Meus dentes são mais brancos que antes

Eu não gosto mais de chita
nem de bolas e árvores de natal
Eu agora uso branco pro reveillón

Eu não uso mais as pessoas
Eu ainda danço disco inteiros
sozinha em casa
Eu não acho quiabo tão gostoso quanto antes

Eu já não gosto mais de usar as pessoas
Eu uso branco em dias normais

Hoje vejo a passagem
do estranhamento pra intimidade
no tempo de uma confissão

Eu não atendo mais telefonemas quando estou sem vontade
Eu agora sou fria com os profissionais
Eu não choro mais no trabalho

Eu choro por concretudes
entendo mais o sentido gelado que o futuro tem
O que existiu é mais quente que o vazio.

Eu já não ignoro mais
a dor que o desejo dá e tem

Eu conheço as dores lentas
Já pensei sobre o esquecimento necessário
de certas coisas
e não entendi ainda
do que se constituem as coisas que a gente não esquece

Me dei conta que algumas alegrias
são intimidades obscurecidas por expectativas
O tempo tem um senso de esquecimento
mais elegante do que inteligente em alguns capítulos da vida

Eu ainda me dedico aos inícios
acredito neles...

E quando esqueço alguém
percebo
um espaço bom de espreguiçar
Sou ladeada
por um afago divino
que aprova o esquecimento
e ensina abandonar

O esquecimento parece uma coisa que não é
Quase toda memória
morre dentro de uma lembrança
e vira lápide eterna

Enterrar uma memória é possível
O difícil é obscurecer a aurora da lembrança que já é você hoje

Esquecimentos são ilusões que a alma dispõe pra nos brincar vezenquando.

3 comentários:

Gosta/Cabelo disse...

belo poema o/ apesar de "quiabo" ser totalmente anti-poético gwuhaua xD soa realmente alternativo, delirante

Não visitem nosso Blog Musical:
http://alvoradadosom.blogspot.com/

Mariani Lima disse...

O que comentar quando não se sabe comentar?
Mas não pude deixar de ficar indiferente às suas palavras.
Digo então que gostei.
E isso eu acho que basta.
=]

... disse...

Mariani, vc ficou indiferente ou gostou? Eu não entendi isso direito...