Eu deixei de usar drogas há tempos
nem álcool consigo beber mais
Eu não uso mais roupas sintéticas
nem brincos artesanais
Eu não uso mais sapato alto
nem cobertor a noite
Meus dentes são mais brancos que antes
Eu não gosto mais de chita
nem de bolas e árvores de natal
Eu agora uso branco pro reveillón
Eu não uso mais as pessoas
Eu ainda danço disco inteiros
sozinha em casa
Eu não acho quiabo tão gostoso quanto antes
Eu já não gosto mais de usar as pessoas
Eu uso branco em dias normais
Hoje vejo a passagem
do estranhamento pra intimidade
no tempo de uma confissão
Eu não atendo mais telefonemas quando estou sem vontade
Eu agora sou fria com os profissionais
Eu não choro mais no trabalho
Eu choro por concretudes
entendo mais o sentido gelado que o futuro tem
O que existiu é mais quente que o vazio.
Eu já não ignoro mais
a dor que o desejo dá e tem
Eu conheço as dores lentas
Já pensei sobre o esquecimento necessário
de certas coisas
e não entendi ainda
do que se constituem as coisas que a gente não esquece
Me dei conta que algumas alegrias
são intimidades obscurecidas por expectativas
O tempo tem um senso de esquecimento
mais elegante do que inteligente em alguns capítulos da vida
Eu ainda me dedico aos inícios
acredito neles...
E quando esqueço alguém
percebo
um espaço bom de espreguiçar
Sou ladeada
por um afago divino
que aprova o esquecimento
e ensina abandonar
O esquecimento parece uma coisa que não é
Quase toda memória
morre dentro de uma lembrança
e vira lápide eterna
Enterrar uma memória é possível
O difícil é obscurecer a aurora da lembrança que já é você hoje
Esquecimentos são ilusões que a alma dispõe pra nos brincar vezenquando.
quem estou?
- ...
- sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo
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