Vi a vida vindo
em dança
Antigo desejo permeou a estância
Sacudiu a permanência
virou coisa sem freio
Ouvi a vinda enquanto ia em frente
assumi
E assustei o amor latente
A dança, a vinda, a frente
embaraçaram os sentidos que tinha.
Decidi dar um passeio
decidi existir
Daí um vento matutino
trouxe uma caixa
de pandora
endereçada a mim
veio ventando, dançando
(o que acontece com as nossas impressões aos vinte anos?!)
Mesmo olhando o destinatário
pensei que fosse engando destinado
Receei ao abrir o pacote
Lindo embrulho
não desmanchou no vento
Tinha leveza de ar
beleza de fogo
e cheiro de água fundida em terra
Chegou sem campainha
nem casa tinha
Eu,
volúvel
O presente pandorístico,
inviolável.
A caixa mudava de cor, sumia de mim
Eu fechava os olhos em prece:
" Se a vir na plataforma acenando em dança mandarei um beijo lento"
Abria os olhos.
Resolvi dar um passeio ali mais longe
A ventania presenteou-me em dias mal dormidos
O presente guardei
as noites sonolentas aguardei
com amor contido
Essa pandora não era musical, se mostrou silenciosa
dilacerantemente linda, solta
impossível guardar senão em mim.
Dissolvida no ar
vi que era uma dança
desprovida de ritmo pronto
manifestava desenhos inteiros e abertos
De causar euforia em criança
Eram abraços envolvendo tudo
rede oscilando com violência
Eu, peixe
Fazia rir
tentei balizar
inútil
imenso
sem fim
Insuportável simpatia causou-me
Obnubilada fechei os olhos
com prazer e sem controle
senti que estava adoecendo.
Eu, peixe, em febre:
"Se a vir na plataforma acenando em dança, chore, pois é sedução sem cura, sem volta e sem freio."
B.R.R
quem estou?
- ...
- sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo
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Um comentário:
eu gosto dos parênteses
morro de ciúmes, na verdade
de tanta pungência destinada a outrem
ainda bem que é voz pretérita
ainda bem que tenho os meus pontilhados
ao lado
da cama
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