nas minhas ruas
faltam espantalhos
falta susto
nos desavisados
falta aviso
nos passeios
ando reparando
as criaturas
escapam da rua truncada
não pisam no chão
não pisam
procuram nos outros
os restos de mim
Eu conheci uma encruzilhada
bem inteira
com um espantalho natural
nascido num muro dela
suave era
mesmo em susto distraído de aurora
muro pintado
festa dum lado
quase colorido
do outro lado
forma esquivada de era
no muro
forma de susto
A tal encruzilhada
séria dura
em sua certeza de rua
Entrelaçado e natural
no arame alto
Um desenho
O fantasma necessário
(O espantalho antigo
e gasto em movimentos
de vento e susto )
o seu pongar seco quebradiço insistente
Nos tempos de curvas solitárias
suas formas
faziam até o vento se assustar
Verde contra o insistente vento
ali sim : Eras de Espantalho
(na naturalidade daquela rua
um susto-encruzilhada normal)
nas ruas minhas
faltam espantalhos
falta susto
nos desavisados
falta aviso
nos passeios
agora peço nas ruas por onde ando
um belo susto a me tremer
daqueles delicados ,feios
surdos de pavor, ou mero susto
(ou talvez um belo susto deveras)
de não esquecer por vontade
de sempre querê-lo
não se fazem mais espantalhos
como os de anteontem
Naquela época daquela rua
ali sim eram sustos
Vigiava...os tais espantalhos travestidos
vigiava por mais tempo
enquanto os sorrateiros assustados
iam-se
Ao fundo nem sabiam o porquê iam
Eles não existem nas cidades
só existem se prestarmos atenção
Assim como as calçadas suportam todos os passos
os espantalhos servem pra nós as vezes
mesmo que não se queira.
quem estou?
- ...
- sobre os delírios me deito.....a cama desalinhada me enruga... acordo em seguida.... num pulo percebo que delirar é estar sóbria e ser sóbria é estar atenta aos canais pro delirio do amor que tem no mundo
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